A bunda, que engraçada
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora — murmura a bunda — esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda
redunda.
Carlos Drummond de Andrade, para alegrar o meu, o seu, o nosso dia... simples assim.
18 de fev. de 2010
Observações vagas sobre o nada
Estou aqui tentando encontrar respostas para questões que necessariamente não me interessam tanto quanto antes. Mas a cada momento luto contra o medo de não conseguir.
Tenho medo de falhar. Todos a volta querem algo de você. Todos esperam algo de você: sucesso, família, boa educação.
Preciso me esforçar pra provar que não preciso provar nada a ninguém. Que droga de ironia...
Pra que tudo isso? Porque tenho que ser boa no que faço, não sou boa no que faço.
Sou boa no que sou. Em nenhum lugar você me encontra porque estou apenas aqui. Só existo eu da minha marca. E acredito que só exista você da sua.
Mas querem que sejamos iguais. Todos muito bons. E pra que?
Pra quê no final das contas ou no final da vida?
Reprodução? Chega desse papo desesperado.
Que venham as manhãs de verão já que aqui não tem inverno...
... que venha o que tiver que vir...
Estou aqui esperando o fim
e enquanto isso, entre uma coisa e outra
uma coisa nascer e outra morrer
Vamos tentando viver, mesmo que eu decididamente não saiba nadar
Mesmo que tenha que me lançar contra a correnteza
Mesmo que seja eu a lenha da fogueira.
Vivamos e deixemos viver! Simples assim... ... ...
Tenho medo de falhar. Todos a volta querem algo de você. Todos esperam algo de você: sucesso, família, boa educação.
Preciso me esforçar pra provar que não preciso provar nada a ninguém. Que droga de ironia...
Pra que tudo isso? Porque tenho que ser boa no que faço, não sou boa no que faço.
Sou boa no que sou. Em nenhum lugar você me encontra porque estou apenas aqui. Só existo eu da minha marca. E acredito que só exista você da sua.
Mas querem que sejamos iguais. Todos muito bons. E pra que?
Pra quê no final das contas ou no final da vida?
Reprodução? Chega desse papo desesperado.
Que venham as manhãs de verão já que aqui não tem inverno...
... que venha o que tiver que vir...
Estou aqui esperando o fim
e enquanto isso, entre uma coisa e outra
uma coisa nascer e outra morrer
Vamos tentando viver, mesmo que eu decididamente não saiba nadar
Mesmo que tenha que me lançar contra a correnteza
Mesmo que seja eu a lenha da fogueira.
Vivamos e deixemos viver! Simples assim... ... ...
10 de fev. de 2010
Cântigo Negro
Quando tinha lá meus 15 anos, ah que tempos, li pela primeira vez a poesia de José Régio - Cântigo Negro. Nunca mais pude esquecer essas palavras, pois estas soam em mim até hoje.
Eis aí.
Cântigo Negro.
Vem por aqui» — dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: «vem por aqui»!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.
Não, não vou por ai! Só vou por onde Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: «vem por aqui»?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: <(vem por aqui»!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!
Eis aí.
Cântigo Negro.
Vem por aqui» — dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: «vem por aqui»!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.
Não, não vou por ai! Só vou por onde Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: «vem por aqui»?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: <(vem por aqui»!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!
Alice no Pais das Maravilhas.. .. .. . . . O Filme
O livro é sem dúvidas a coisa mais nada a ver que se pode ler...isso para os sem noção do que seja a literatura...
Dizem que o escritor Lewis Carroll consumia ópio e depois, sob seus efeitos alucenógenos, sentava-se para escrever histórias infantis...
O que importa nisso tudo é que neste primeiro semestre sai o filme "Alice no Pais das Maravilhas". Não vou falar muito sobre o livro, pois é melhor lê-lo.
Sem falar no elenco encabeçado por nada mais nada menos que Johnny Deep, no papel do Chapeleiro Louco. Enfim, espero que não me decepcione com o movie de Tim Burton.
Não deixe de seguir o seu coelho branco.!
Voltei pra ficar!
Este humilde blog que quase não recebe visitas além de mim mesma estava bem parado, entregue as moscas, mas voltei!
E voltei com vontade de ficar e abrir bem grande a boca! sr
Não pra falar nada de importante, pois coisas importantes eu digo em outro lugar.
(Um lugar que esqueci onde fica..)
Aqui só quero falar das coisas SIMPLES DA VIDA. Das porcarias que vejo no meu dia a dia, mas o mundo não é só feito de horrores. Não senhor Krauze.
Ha sim, por aí, coisas, momentos que valem a pena serem vivdos. Não sei porque mas sinto que estou assassinando nossa rica língua portuguesa.. Mil desculpaz.
Mas e daí?
O Poeta é um fingidor
finge tão completamente
que chega a
fingir que é
dor
a dor que deveras sente.
E voltei com vontade de ficar e abrir bem grande a boca! sr
Não pra falar nada de importante, pois coisas importantes eu digo em outro lugar.
(Um lugar que esqueci onde fica..)
Aqui só quero falar das coisas SIMPLES DA VIDA. Das porcarias que vejo no meu dia a dia, mas o mundo não é só feito de horrores. Não senhor Krauze.
Ha sim, por aí, coisas, momentos que valem a pena serem vivdos. Não sei porque mas sinto que estou assassinando nossa rica língua portuguesa.. Mil desculpaz.
Mas e daí?
O Poeta é um fingidor
finge tão completamente
que chega a
fingir que é
dor
a dor que deveras sente.
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